No último dia 10 de julho, celebramos um marco histórico para o transporte público do Rio de Janeiro: os 87 anos da eletrificação dos trens, hoje operados pela SuperVia. Essa data nos convida a refletir sobre o papel crucial que esses trens desempenham na vida diária de milhares de cariocas e fluminenses, além de nos fazer pensar sobre o futuro desse serviço essencial, que já enfrentou e ainda enfrenta inúmeros desafios ao longo das décadas.
A eletrificação dos trens de subúrbio, ocorrida em 1937, foi um divisor de águas para a mobilidade urbana no Rio de Janeiro. Naquela época, o avanço representou uma modernização significativa, oferecendo um serviço mais rápido, eficiente e limpo em comparação com as antigas locomotivas a diesel. Desde então, os trens elétricos têm sido a espinha dorsal do transporte suburbano da cidade, conectando diversas regiões e proporcionando uma alternativa viável (hoje não mais) ao transporte rodoviário.
No entanto, ao comemorarmos esses 87 anos, também é importante reconhecer que, apesar de sua importância, o sistema de trens do Rio de Janeiro tem sido alvo de negligência e falta de investimentos contínuos. Esses trens enfrentam desafios como a falta de modernização, infraestrutura precária e um serviço que, muitas vezes, deixa a desejar em termos de conforto e pontualidade.
Placa comemorativa dos 50 anos exposta no saguão da Central do Brasil
Apesar da relevância histórica e funcional desse sistema, os avanços tecnológicos e as melhorias necessárias parecem não ter acompanhado o ritmo das demandas de uma metrópole como o Rio de Janeiro. Se depender do atual governo do estado, parece que os trens de subúrbio continuarão a operar por mais 87 anos praticamente sem nenhuma modernização significativa. Essa falta de progresso pode ser vista como uma falha em reconhecer o valor e o potencial desse meio de transporte para o desenvolvimento sustentável da cidade.
Como mulher que utiliza e defende o transporte público, vejo com preocupação o futuro dos trens do Rio. É necessário que o governo do estado não apenas reconheça a importância histórica desses 87 anos de eletrificação, mas também invistam na modernização do sistema, garantindo que ele continue a ser uma opção segura, eficiente e digna para as futuras gerações.
A história dos trens é rica e cheia de momentos marcantes, mas o futuro desse serviço depende das decisões que são tomadas hoje. Que possamos, ao celebrar essa data, não apenas olhar para o passado com nostalgia, mas também exigir um futuro melhor para os nossos trens e para todos que dependem deles diariamente. Afinal, a mobilidade urbana é um direito de todas e todos, e a modernização dos nossos trens deve ser uma prioridade.
Que venham mais 87 anos, mas que sejam anos de inovação, respeito e compromisso com os usuários e usuárias dos trens!
Conta aí para mim: você ainda usa esse modal? Qual é a sua opinião? Será que ele vai resistir por mais 87 anos?
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